A Câmara Municipal de Natal reuniu representantes de modalidades esportivas para debater, na manhã desta sexta-feira(24), em Audiência Pública, a regulamentação dos instrutores das artes marciais. A iniciativa foi de preposição do vereador Hermes Câmara (PSDB).

O debate girou em torno do projeto discutido na Câmara dos Deputados que traça diretrizes próprias para a profissão no Brasil. Com o avanço da proposta, o ensino de esportes de combate seria desvinculado das atividades que se enquadram no ramo da Educação Física.

Os presentes falaram do constrangimento que passam nas competições com a exigência pela obrigatoriedade do diploma de Educação Física. Os representantes defenderam que o esporte de combate é um tipo de atividade que precisa de experiência prática.

Uma delas foi a chefe de gabinete da Secretaria de Esporte e Lazer de Natal, Clara Borges, que é faixa preta no judô. “Esse debate de autoria do vereador Hermes Câmara é de grande importância para o crescimento do esporte na cidade. As competições organizadas, por exemplo, o JERN’S, que tem mais de 50 anos no Estado, é obrigatório ter o CREF, o registro do curso de educação física, para poder sentar na cadeira. Então, tem professores que ficam impedidos de atuar e sentar. Para o atleta, que treina com o professor desde cedo e chega numa competição e não pode ter seu técnico junto, sentado ali na beira do tatame, é muito frustrante”, disse.

As falas dos presentes na audiência se somam na defesa do critério de que cada confederação determine quais os parâmetros de qualificação para se tornar professor. Por exemplo, tempo de prática ou divisão por faixas coloridas.

“O projeto de lei tem toda uma regra e uma parametrização do que irá acontecer, como também a capacitação desses profissionais. A parte da teoria, em alguns aspectos, é muito importante. Então, tem que ter a teoria, mas também a prática. E as confederações serão corresponsáveis nesta fiscalização. Com o reconhecimento dos professores de cada arte marcial, seja ela qual for. Mas, realmente será um conjunto de entes que irão regulamentar, fiscalizar e possibilitar que esses profissionais atuem de forma legal a partir de então”, destacou o vereador de Parnamirim, Thiago Fernandes, faixa preta no Karatê. 

Já Carlos Alexandre, presidente do SINDILUTAS (Sindicato dos profissionais de lutas e artes marciais) frisou a importância de que as artes marciais precisam de uma legislação própria, pois não podem ser comparadas a outros tipos de atividade física.

O propositor da Audiência, vereador Hermes Câmara, falou da importância do debate e do projeto discutido.“Apesar da importância reconhecida dessas práticas, os profissionais que lecionam essas modalidades não possuem uma regulamentação específica, deixando claro que a atividade é distinta daquela exercida pelos professores graduados em educação física”, concluiu.

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