
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (23), em discurso na Assembleia Geral da ONU, que se reunirá na próxima semana com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo ele, o encontro foi acertado após uma breve conversa no plenário, quando relatou ter sentido uma “química excelente” com o líder brasileiro. Fontes do governo confirmaram a reunião, mas não detalharam se será presencial ou por telefone.
A fala de Trump ocorre em meio ao atrito comercial entre os dois países, iniciado em julho, quando Washington anunciou tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. Durante o discurso, o norte-americano voltou a criticar o Judiciário e o processo político no Brasil, acusando o país de “censura, repressão e perseguição a críticos políticos”. Apesar disso, ressaltou a boa impressão que teve de Lula.
Esta será a primeira conversa direta entre Trump e Lula desde o início da crise do “tarifaço”. O presidente dos EUA já havia dito em ocasiões anteriores que estava disposto a conversar com o brasileiro, mas sempre “em outro momento”. A medida tarifária, que entrou em vigor em agosto, teve exceções para cerca de 700 itens, como suco de laranja, combustíveis e aeronaves civis.
No mesmo discurso, Trump também exaltou sua gestão, criticou a ONU e voltou a negar o aquecimento global. Ele falou por mais de uma hora, improvisando após alegar problemas no teleprompter, e defendeu sua política anti-imigração. O único momento em que arrancou aplausos foi ao pedir cessar-fogo na Faixa de Gaza, embora tenha criticado aliados como Reino Unido e França pelo reconhecimento do Estado Palestino.